14 fevereiro 2018

EU, CÁ POR MIM, RECOMENDAVA QUE SE DISPENSASSEM OS APLAUSOS...

O recurso à metáfora dos aplausos tem uma péssima reputação quando a notícia se refere a operações de colocação de dívida. Foi já há mais de sete anos (Novembro de 2010) que apareceu Zeinal Bava a socorrer-se dela para comentar uma outra operação que correra desapontadoramente mal, porque as taxas de juro contratadas haviam sido substancialmente mais elevadas do que as previsões. Foi preciso ser-se Zeinal Bava para fazer aquele frete de vir prestar umas declarações públicas de conteúdo propositadamente vago, mas que podiam ser tomadas por optimistas pelos leigos. De então para cá a reputação de Zeinal Bava também se ajustou à sua verdadeira cotação de mercado, aí também com o aplauso de quem assistiu a uma sua célebre prestação na comissão parlamentar. Depois disso, ainda o descobrimos envolvido no saco azul do BES. Mas chega de denegrir (ainda mais) o homem e concentremo-nos numa das vários expressões públicas que o celebrizaram (de onde se destaca o «Eu não tenho de memória»). O que é incontestável é que o recurso ao aplauso por ocasião de uma qualquer operação de colocação de dívida pública - para os que têm memória - tornou-se profundamente negativo. Por causa do mau uso que Bava lhe deu, aplauso tornou-se um sinónimo de conversa da treta. Nesta notícia de hoje, teria sido desejável que os dois jornalistas do Jornal de Negócios se tivessem socorrido de uma outra metáfora qualquer.

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