11 janeiro 2018

ASSASSINAM-SE OS CARÁCTERES... E OS CARÁCTERES RESSUSCITAM

Se há expressão de que se use e abuse é «assassinato de carácter». Quando se emprega, tem uma conotação maldosa. Deve ser por isso que me parece que ele há muito mais acusações preventivas de intenções do que verdadeiros assassinatos. Nesses assassínios costuma haver até quem queira negar o óbvio e que o morto não morreu. Mas o que me parece mais estranho neste nosso universo mediático nacional é como nele acontecem vários casos em que se consegue depois «ressuscitar do Além.» Tomemos o exemplo de hoje de Miguel Relvas (notícia acima), o videirinho que se cobriu de ridículo quando se soube que concluíra uma espécie de licenciatura completando apenas quatro cadeiras. Em termos de honestidade do tipo intelectual o expediente estará ao mesmo nível da honestidade material de um João Vale e Azevedo. Pois bem, Miguel Relvas, qual submarino, submergiu por uns anos para andar por aí (outro!), só para agora reaparecer à superfície como uma das vozes autorizadas do PSD. O homem bem se proclama "fora da política". Diz mais: "- Estou há muitos anos fora, estou a reconstruir a minha vida profissional e pessoal, porque a vida política é muito absorvente. Eu tenho até, hoje, limitações da vida profissional que não me permitem estar na vida política – há uma separação que considero essencial entre o mundo dos negócios e a vida política." Vejam lá vocês que, apesar destas proclamações de indisponibilidade, tanto o Público quanto a Rádio Renascença só o encontraram a ele, Relvas (de entre dezenas de militantes de vulto do PSD!), com disposição para comentar a actual situação política ao aproximarem-se as eleições internas do partido.

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