03 dezembro 2017

O QUE É QUE TEM O BARNABÉ (CENTENO) QUE É DIFERENTE DOS OUTROS?


Sobre a tão discutida questão da candidatura de Mário Centeno para presidir ao fórum dos ministros das Finanças dos países da zona Euro, gostaria de deixar previamente expresso que continuo a pensar precisamente o mesmo que há 20 meses, quando publiquei neste mesmo blogue a montagem abaixo, com o ministro alemão Schäuble a manipular o seu homólogo holandês, Dijsselbloem, que presidia ao fórum, como se este não passasse de um roberto. De facto, considerando a estrutura de forças em que parece assentar a Europa, será muito mais importante saber a identidade e a filiação política do próximo ministro das Finanças do governo alemão (executivo esse que Angela Merkel se está a deparar com inesperadas dificuldades em formar), do que todo este frufru que agora se está a gerar à volta do lugar secundário a que Mário Centeno concorre - diz-se - como favorito.
É verdade que é preciso opinar com cautela quanto ao assunto porque: a) Mário Centeno já excedeu em muito as minhas expectativas quando ao seu sucesso no desempenho das suas funções; b) há sempre aquele argumento irrebatível que estabelece que é melhor que seja ele a ocupar aquele lugar do que um outro qualquer de um outro país. Mas os portugueses que prestam atenção a estas coisas andarão decerto cansados do tal argumento do prestígio acrescido para Portugal, que não se concretizou em nada de tangível quer no caso de Durão Barroso, quer no caso de António Guterres. Acresce a esse distanciamento cínico, o facto da promoção da candidatura estar a ser feita em bases aldrabadas: como abaixo se lê (e se esquece), a "família socialista" que presta agora o "claro apoio" a Centeno é precisamente a mesma "família" a que pertencia o predecessor Jeroen Dijsselbloem de triste memória...
Parece que as "famílias" já não são o que eram, e claro que o problema de fundo é outro, é uma questão da soberania de Portugal versus a parcela dela que foi insidiosamente cedida a Bruxelas sem que o assunto fosse por cá verdadeiramente discutido, mas sobre isso, suponho que António Costa não se queira pronunciar.

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