20 outubro 2017

IDIOSSINCRASIAS DA CULTURA LUSA: O SEMI-DEFICIENTE

Para todos aqueles que passam o tempo a indignar-se com fenómenos que consideram que acontecem apenas no nosso país, quando isso depois se vem a revelar mentira, apreciemos este episódio que nos distingue verdadeiramente de outras culturas: o conceito de semi-deficiente, tal qual ele é assumido pelo condutor(a) da Skoda Octávia da fotografia acima. Ele(a) não será bem deficiente mas, por outro lado, também sofrerá das suas maleitas e é por isso que deixa apenas duas rodas a ocupar o lugar de estacionamento de deficiente. As outras estão sobre o passeio e, na sua opinião, dessa maneira ainda restará espaço suficiente para que um deficiente, esse inteiramente deficiente, estacione devidamente o seu carro. O que porventura não terá ocorrido ao(à) semi-deficiente (de imaginação) é que o deficiente inteiro, para quem até lhe guardou o espacinho, precisasse de espaço suplementar para manobrar (por exemplo) uma cadeira de rodas, conforme a que está desenhada no pavimento...

1 comentário:

  1. Haha, bem visto! A forma como os passeios publicos sao tratados e tambem muito unico em Portugal (pelo menos no contexto da Europa Ocidental): os passeios sao basicamente lugares de estacionamento nao oficiais... o codigo de estrada e um rolo de papel higienico nesse aspecto.
    O que depois leva a situacoes caricatas: como o codigo de estrada e olimpicamente ignorado pela policia e todo os orgaos oficiais, poem-se pilaretes ou lancis altos para "proteger" o peao que tem varios efeito perversos: rouba-se espaco ao passeio para dar espaco ao peao (porque e que os pilaretes nunca sao instalados no alcatrao?), reduz-se a acessibilidade do peao ao passeio que se pretende proteger (lancis altos e pilaretes sao degraus que impedem o acesso a pessoas com mobilidade reduzida) e implicitamente transmite-se aos automobilistas que os outros passeios - os nao "protegidos" - sao mesmo "fair game" para estacionar.
    Nao me venham dizer que e problema cultural, a ser, so se for de cultura politica, ou seja inercia parte do aparelho de Estado porque eu lembro-me bem que quando Papa foi ai visitar Lisboa conseguiram num par de dias por as Avenidas por onde ele iria passar com um aspecto civilizado.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.