30 agosto 2017

O REFERENDO SOBRE A AUTO-DETERMINAÇÃO DE TIMOR LESTE


30 de Agosto de 1999. Realiza-se finalmente um referendo aos timorenses sobre a auto-determinação do seu território. O acto eleitoral foi organizado e realizado sob a supervisão de uma organização da ONU especialmente montada em Timor para o efeito, a UNAMET, garantindo aos cerca de 450.000 potenciais participantes perspectivas de idoneidade, transparência no escrutínio e de respeito pelos resultados que viessem a ser apurados. Enfim, pode reconhecer-se, sem hesitação, que os timorenses votaram em liberdade. Os resultados demoraram cinco dias a serem conhecidos. Abaixo, vêmo-los a ser anunciados por Kofi Annam, o secretário-geral da ONU: 78,5% dos timorenses pronunciaram-se pela independência, numa proporção inequívoca de quase 4 para 1. O facto de o governo indonésio ter demorado um mês e meio a reconhecer os resultados e a violência que grassou em Timor durante esse período, praticada pelos activistas armados da facção que fora derrotada, são hoje apenas notas de rodapé da História. Mas a derrota dessa última insurreição e daqueles que não souberam aceitar o veredito das urnas, transformou este processo de transição para a independência numa vitória não apenas dos timorenses, mas de todos aqueles Democratas que, por princípio, privilegiam a expressão livre da vontade política das maiorias em detrimento do activismo das minorias, por muito vanguardistas, por muito esclarecidas que estas sejam.

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