21 agosto 2017

O NADADOR QUE FEZ O SEU MINUTO DE SILÊNCIO SOZINHO


Conta-se nos jornais: «O nadador espanhol Fernando Álvarez pediu à organização do Mundial de Masters de Budapeste, em que está a participar, que fosse feito um minuto de silêncio antes da realização das provas em homenagem às vítimas do atentado de Barcelona. A organização recusou. “Não se pode perder nem um minuto”, foi a resposta da organização da prova de veteranos ao nadador espanhol. Álvarez não se conformou e, quando chegou a sua vez de competir, na prova dos 200 metros bruços, quando todos os outros nadadores partiram, o espanhol ficou quieto e em silêncio durante um minuto na prancha, e só depois partiu, acabando por perder a prova.»

É uma história daquelas que apetece mesmo contar, com uma boa causa e um David bem intencionado contra uma organização insensível, mas despersonalizada, que acaba sancionada no fim - acabou obrigada a perder o tal minuto que alegadamente "não se podia perder". O que esta história em particular tem de diferente em relação a centenas de histórias parecidas precedentes, figurantes que subvertem a cenografia de que faziam parte, é que a colaboração do realizador de TV com a organização tornou-se actualmente num detalhe irrelevante: há não sei quantas câmaras opcionais a captar as imagens de uma perspectiva inconveniente para quem quereria que o assunto fosse abafado. Não se tratou apenas de fazer o minuto de silêncio, foi sobretudo a particularidade de o ter feito ao arrepio da organização e, sobretudo, as imagens do gesto.

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