25 março 2017

SÓ NÓS TRÊS


Só nós três foi um espectáculo musical de algum sucesso de há uns anos (acima), reunindo Paulo de Carvalho, Fernando Tordo e Carlos Mendes, cantando sucessos próprios a solo ou em associação. Lembrei-me daquele trio circunstancial quando encontrei há um dia ou dois outras três vedetas (mas essas da intelectualidade académica e não do music-hall) numa animadíssima (e interessantíssima) permuta de comentários na página do facebook de um deles, uma permuta que se circunscrevia aos próprios, pois ignoravam perceptivelmente os penetras que, com ou sem propósito, se pretendiam imiscuir em tal debate, que com eles seria de uma outra categoria. Sobre o tanto que se fala da intrínseca democraticidade da internet, em que se evoca até aquela famosa nomeação da Time de 2006 do You como pessoa do ano, e contudo os instintos para a estratificação assim como outros fenómenos daí decorrentes permanecem tão vivos. Ainda a pretexto dessa expressão Só nós três, recorde-se as charlas do Observador à Quinta-Feira, que eu aqui elogiei desde que me dei conta delas, vai quase para três anos, mas quando eles eram só dois, Jaime Gama e Jaime Nogueira Pinto e havia depois um moderador, José Manuel Fernandes. Comentava-as aqui de quando em vez. Mas há já mais de um ano que me tornei um irregular e tenho vindo a perder progressivamente o interesse no programa, quando me apercebi do esforço subtil, mas persistente, de José Manuel Fernandes em emparelhar-se com os seus dois convidados, como se ele porventura possuísse uma bagagem cultural comparável a qualquer um deles. Claro que as asneiras se sucedem mas, quiçá por usucapião, consente-se na fórmula e no último programa a que assisti, por ocasião deste último Natal, já José Manuel Fernandes tinha o topete de emparceirar com os dois Jaimes nas sugestões de cinco livros (salvo erro) para prendas da quadra. Só nós três? In your dreams, Zé Manel...

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