24 maio 2016

OS MERCÁDOS! OS MERCÁDOS!

Já aqui tive oportunidade de me referir a algumas peripécias que ocorreram a 21 de Maio de 1981 por ocasião da tomada de posse de François Mitterrand que vencera as eleições de dia 10. No entanto deixei para relatar depois a queda abrupta das cotações da Bolsa de Paris a que a comunicação social afecta à facção derrotada se fartou de dar destaque – é a mais precoce reacção de os mercádos a que me lembro que foi dado valente destaque mediático – e a que a facção vencedora ripostou (acima) com uma ironia que me fez lembrar o tratamento dado mais recentemente à geringonça. A verdade é que a reacção dos ditos mercados foi mesmo significativa – há quem a considere ter-se tratado do maior crash bolsista registado na Bolsa de Paris (abaixo).
Apesar das acções terem perdido em média um terço do seu valor nesse mês, sobriamente, já na própria época dava que pensar que não parecia haver razões fundamentais para que ocorresse tal pânico: a França já tivera outro presidente socialista (Vincent Auriol) e o partido também fizera parte de incontáveis governos das III e IV Repúblicas. Apesar dos cabeçalhos da época, a História veio a remeter o episódio para a sua verdadeira dimensão: qualquer súmula que se faça da actuação de Mitterrand na presidência de França (1981-95), por muito crítica que seja (e eu acho que as merece, às críticas, e contundentes), nem sequer refere que tudo terá começado pelo maior crash bolsista de França. Tanto pior para a importância da reacção de os mercádos...

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