26 novembro 2015

«VÃO-SE FODER!»

Há apenas três dias (acima), o conjunto da imprensa portuguesa transmitia uma imagem de uma Bruxelas resignada ao nosso calendário político local, à romaria que Cavaco Silva fez desfilar às portas de Belém, e que isso se devia muito graças ao mérito das capacidades persuasivas de Maria Luís Albuquerque que terá feito compreender aos seus amigos das razões do atraso pelo governo português na entrega do plano orçamental. Três dias depois, o governo tomou posse hoje, pronunciaram-se os discursos, a tinta das assinaturas ainda não secou e, a atender pelo que se escreve ainda no próprio dia na mesma imprensa, a palavra chave a respeito do que chega de Bruxelas passou a ser rapidamente ou muito rapidamente. Nem vale a pena perguntar quem estará por detrás desta inflexão súbita. Ainda haverá alguém que se atreva a chamar a isto jornalismo? Eu cresci acostumado a que havia jornais e, em complemento, havia uma imprensa partidária como o Povo Livre (PPD), o Acção Socialista (PS) ou o Avante! (PCP) Actualmente as agências de comunicação sofisticaram-se e conseguem que todos se comportem como o Povo Livre ou o Avante!

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