30 novembro 2015

A LEI DE MURPHY E O «SANTO GRAAL» DA PERFEIÇÃO

Nesta era em que a imagem se tornou preponderante, é uma tremenda injustiça que o retratado acima não seja reconhecido por praticamente ninguém. Edward Murphy Jr. (1918-1990) é o engenheiro aeroespacial a quem se deve uma das maravilhas da ciência moderna: a Lei que formulou, que ficou com o seu nome e que se pode concretizar da seguinte forma: Quando há qualquer coisa que pode correr mal, ela acontece. Depois a reflexão expandiu-se até se ter tornado hoje numa disciplina. É um problema típico de algumas ciências do Século XX, o de quererem reduzir a probabilidade de ocorrência de erros aos 0%. É um pensamento que nos conforta imenso quando viajamos de avião mas reflita-se e compare-se a saga da exploração marítima portuguesa do Século XV com os períodos pioneiros da exploração aeronáutica e aeroespacial no Século XX, o ramo de Murphy. A primeira está redigida à volta dos que foram bem sucedidos (Gil Eanes, Diogo Cão, Bartolomeu Dias ou Vasco da Gama), desconhecendo nós hoje os nomes de todos aqueles que tentaram mas que foram mal sucedidos. Em contraste, ao lado da história dos pioneiros do ar e do espaço (Louis Bleriot, Charles Lindbergh, Iuri Gagarin ou Neil Armstrong), existe uma atenção específica dedicada aos mártires dessas outras histórias modernas, funcionando como uma espécie de complexo de culpa científico e de estímulo à busca infindável pela perfeição.

1 comentário:

  1. Quem trabalha em informática e desenha aplicações que de uma maneira geral tenta facilitar a vida dos cidadãos (vulgo "utilizadores" no nosso jargão) conhece bem o tema.
    E garanto-lhe que por muitos testes que se façam o "erro zero" é inalcançável e vai seguramente acontecer.

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