01 outubro 2015

NÃO A NOVO CHEQUE EM BRANCO - VOTA NGN – ONE

Eu penso que estou muito longe de estar sozinho na veemência como explico porque é que não vou votar de determinada forma. O que eu mais tenho ouvido por aí são explicações muito mais convictas para o não-voto em determinado sitio do que para o voto no concorrente. O problema é que o sistema eleitoral que temos ainda não faz distinções no escrutínio entre um voto contrariado e um voto convicto... Talvez aí os partidos se vissem forçados a reformarem-se. Mas não nos dispersemos... Em síntese, creio que é perigosíssimo passar novo cheque em branco aos que lá estão (NGNNestes Gajos Não), mas também não é para substitui-los por quem até já arranjou um sósia do Vítor Gaspar (ONE – os Outros Não Entusiasmam). As duas grandes opções de voto são mais do que insatisfatórias e é por isso que quem vota nelas, mais do que realçar as razões por que vota a favor de uma delas, tem preferido destacar as razões por que vota contra a outra. Por outro lado e ultimamente não me tenho arrependido de personalizar o voto e existem várias formações com cabeças de lista por Lisboa que considero estimáveis. Decidi-me pelo Mendo Henriques do Nós Cidadãos. Não sei se será eleito, é difícil, há apenas o precedente de Manuel Sérgio que, em 1991 e à custa apenas de uma presença muito televisiva, conseguiu recolher 96.000 votos para o PSN, 32.000 no círculo de Lisboa. A bem da verdade, há que dizer que a prestação de Sérgio na Assembleia foi longe de memorável mas, desta vez, há mais do que uma formação política com aspirações a repetir aquele feito: o PDR (Rodrigo Sousa e Castro), o Livre (Rui Tavares) e mesmo o Mamas de Joana Amaral Dias. A ver vamos: antes do aparecimento destas tracking polls existia uma certa impressão difusa que a votação dos partidos políticos tradicionais tenderia a atrofiar-se devido ao desapontamento das pessoas, agora parece que já não...

3 comentários:

  1. Embora me surpreenda a sua declaração de voto, A.Teixeira, o sentido dela é compreensível.

    De facto passa que em muitas eleições o pensamento do eleitor varie na base do "ESUMMOOT" - (estes são uma merda mas os outros também). Infelizmente a utilidade de um deputado de um desses partidos que aspira uma presença na AR esgota-se não só na pouca probabilidade de ser eleito como pelo facto destes benjamins da vida parlamentar acabarem inóculados pelos restantes partidos.

    Pena que em Portugal o sistema seja qual que ou se vota útil, ou se vota para a estatística.

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    1. O texto tem uma ou duas passagens que, embora em linguagem escrita, me fazem lembrar algumas passagens orais da famosa apresentação de Paulo Futre em prol da candidatura de Dias Ferreira ("De facto passa que..." ou "em Portugal o sistema seja qual que..."). O castelhano parece ser insidioso e o Figo era um grande patriota...

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  2. Parabéns pela escolha!
    Como terás percebido pelo meu comentário de ontem, é precisamente essa a cruzinha que gostaria de poder fazer descansadamente, tivesse eu a certeza – que estou muito longe de ter – de que o PS seguiria as pisadas dos seus amigos gregos, franceses, espanhóis…
    É que, enquanto isso não acontecer, toda aquela malta herdeira e vassala do “pai da democracia” que pulula nas imagens da campanha continuará a sentir-se dona e senhora do país, bloqueando toda e qualquer alteração que possa pôr em causa esse seu estatuto e as prebendas que daí retiram.
    Concani é desafio para missionários; não tenho estaleca para tanto.
    Talvez em breve te possa acompanhar.

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