07 setembro 2015

«POR QUE É QUE OS PAÍSES RICOS DO GOLFO NÃO SE DISPÕEM A ACOLHER REFUGIADOS SÍRIOS?»


A pergunta do título, copiada directamente de um artigo do Diário de Notícias é tanto oportuna quanto pertinente, apesar dos esforços de pessoas como o funcionário kuwaiti do vídeo acima que, alegadamente (não sei árabe para conseguir controlar as suas palavras, tenho que fazer fé na tradução), nos explica os vários motivos por que o Koweit não deve albergar refugiados sírios. Mas também há que reconhecer que a falta de vontade parece recíproca: ali não os querem receber, mas os refugiados, ao contrário do que está a acontecer na Europa, também não parecem dispostos a forçar a situação para serem acolhidos por aquelas paragens.
Uma das conclusões que se pode tirar desta crise é que, neste caso com os refugiados vindos dos países predominantemente muçulmanos, se parecem repetir os ecos de outrora da Guerra-Fria, quando os refugiados dos países comunistas não se queriam refugiar noutros países comunistas, preferindo vir viver para os países ocidentais. Também agora, o desejo dos muçulmanos que o podem parece ser o de virem viver para o Ocidente, apesar de tudo o que os possa atrair nos países da sua civilização. Não prestamos a estas constatações a atenção que mereceriam, mas a superioridade do nosso modelo de sociedade comprova-se por elas.

9 comentários:

  1. Não fôra o cenário e deduziria que o miúdo estava a tentar dar uma cambalhota. Naquele enquadramento, percebo que está a imitar os “grandes”.
    Também entendo que, na sua grande maioria, tal como os dos países comunistas, a opção e desejo destes refugiados muçulmanos seja de virem viver para países ocidentais. Mas há duas diferenças fundamentais, ambas problemáticas, sobretudo porque se somam, a que devemos estar atentos: o número e o credo. Ainda se fosse possível espalhá-los no tempo e no espaço…
    Apesar de ser comum ouvir dizer que o comunismo é uma (espécie de) religião, não consta que os fugitivos desses países se tenham empenhado minimamente em preservar a anterior doutrina. Acresce que fizeram os possíveis por se integrar o melhor e mais rapidamente que puderam nas comunidades que os receberam, ao mesmo tempo que se esforçavam por passarem desapercebidos entre os seus novos vizinhos e colegas de trabalho.

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  2. Porque os refugiados sao principalmete Sh'ia ou vistos localmente como colaboracionistas do governo Sh'ia da Siria, enquanto que os grupos que estao a ganhar no terreno sao essencialmente Sunni's com patrocinio financeiro e ate possivelmente com equipamento militar dos estados Sunni da peninsula arabica?
    Nao estou a professar saber muito sobre o assunto mas do pouco que sei da historia da regiao parece-me uma explicacao razoavel?

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  3. O credo só é importante porque nos estão a condicionar para nos fazer crer que é importante, que os extremistas representam a esmagadora maioria dos muçulmanos. Ainda ontem Portugal esteve a jogar num país de significativa maioria muçulmana (Albânia) e aposto que tu e todos nós nem nos apercebemos disso. O disparate de nos induzir a conceber os muçulmanos a partir das suas franjas radicais é tão apropriado como a de conceber os comunistas ocidentais a partir das suas organizações terroristas: os comunistas italianos a partir das Brigadas Vermelhas, os portugueses a partir do PRP e/ou da LUAR.

    E, mais do que ouvir dizer, o comunismo que sobrevive por aí - depois do colapso do Leste da Europa - tornou-se numa espécie de religião. A Festa do Avante terminou anteontem e os comunistas têm todos os motivos para estar orgulhosos quando a consideram única pela sua organização e dedicação. Os outros partidos políticos não conseguem copiá-los: podem arranjar a organização mas falta-lhes a dedicação/devoção. Os clubes de futebol (como o teu FC Porto) têm inquestionavelmente a segunda mas não a primeira (refiro-me à organização fora do campo, aos Superdragões...). O mais parecido com a Festa do Avante em Portugal, embora sem o seu sentido lúdico, só mesmo as cerimónias do Santuário de Fátima...

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  4. Mas a militante devoção dos comunistas que temos não resulta de catequização levada a cabo por imigrantes estrangeiros, nem eles são imigrantes. São portugueses autóctones, com raízes e famílias portuguesas, perfeitamente integrados na sociedade onde sempre viveram. Não procuram isolar-se, não formam guetos, nem andam com a foice e o martelo como adereços ou pintados na cara. Só percebes que são comunistas se e quando falam de assuntos políticos ou participam em manifestações.
    O caso dos islamitas é diferente, e não apenas quando falamos de radicais. Os que temos são em número pouco significativo, moderados (nunca me cruzei com nenhuma burca, niqab ou véu integral - e espero que isso não venha a acontecer) estão razoavelmente disseminados e integrados.
    E claro que não tenho nenhum problema em andar em países de maioria muçulmana,do que às vezes só me lembro quando distraidamente peço uma cerveja ou um gin. Mas preferiria que eles não chegassem cá aos magotes, que fossem privilegiadas famílias em detrimento de homens solteiros, e que não lhes déssemos pretextos e condições para se isolarem em guetos, escolas e ambientes especiais, espalhando-os por todo o território.

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  5. 05:06? Cinco da manhã? Espero que não seja a "densidade" da argumentação a provocar as insónias...

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  6. Bem bom, o poste dos asnos. Aquele seu ar doce é certamente o das 6 da tarde, sem saber o que virá depois, hey, bem bom!

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  7. Não, aquele era o ar ansioso antes de saberem da sondagem da Aximage. Agora estão a relinchar de gozo com o efeito da manipulação. Sim, porque eles, sendo asnos, não são burros...

    E, para que não digas que eu nunca dou soluções, eu se estivesse no lugar do Costa nem me queixava nem me punha a pregar moral: encomenda à Eurosondagem uma em que o PS ganhava com 60%!

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  8. Uê, porque que os miseráveis haitianos vizinhos de Cuba, só 300Km separam Haiti de Cuba, preferem viajar mais de 2 mil quilómetros para chegar no "capitalismo selvagem" no Brasil, para "sofrer"???

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  9. Se a questão importante parece ser enumerar distâncias, explique-me lá o que é que tem o Haiti a ver com a Síria que fica a 10.500 km dali?

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