26 setembro 2015

O «BÓNUS» GERMÂNICO

Nova Jersey, 6 de Maio de 1937. Poucos serão os que nunca viram um dos instantâneos do horrível incêndio do Hindenburg, incluindo mesmo o impressionante filme que regista o momento da chegada da aeronave. Mas também poucos serão os que, por detrás dessas imagens impressionantes, sabem que o acidente provocou a morte a apenas 36 pessoas das 97 que seguiam a bordo e que afinal a maioria, 23 dos 36 passageiros e 39 dos 61 membros da tripulação, escaparam dali com vida. E, claro, todos sabem qual era a nacionalidade do zeppelin...

O que quase ninguém ouviu falar foi do desastre do Akron, um dirigível de nacionalidade norte-americana que em 4 de Abril de 1933 – quatro anos antes – caíra no mar durante uma tempestade, provocando a morte a 73 dos 76 tripulantes e passageiros que seguiam a bordo¹. Reconheça-se que há sempre o impacto mediático inerente ao material disponível da cobertura das tragédias, mas, para os americanos, parece haver uma bonificação – lembrei-me disto a propósito do recente escândalo da Volkswagen – quando a coisa envolve alemães.
¹ Perpetuando a distorção, na Wikipedia, o desastre do Akron reduz-se ainda hoje a um mero capítulo da página que é dedicada ao dirigível, enquanto o desastre do Hindenburg, onde se registaram metade das vítimas do anterior, merece toda uma página exclusiva.

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