13 julho 2015

ESKILSSON, A QUINTA GARRA DO LEÃO

A operação mediática que lançou Jorge Gonçalves à presidência do Sporting no Verão de 1988 foi um primor: apareceu uma alcunha – o bigodes – e apareceu uma lista de reforços por detrás da candidatura, oportunamente designada por as cinco garras para o leão. E subitamente papagueavam-se os nomes prometidos, muitos deles até então perfeitos desconhecidos: Rodolfo Rodriguez, Ricardo Rocha, Douglas, Silas e Eskilsson. Retive de memória o efeito conclusivo do nome (completamente desconhecido) do nórdico, numa época em que a nossa proverbial hospitalidade acolhera vários outros jogadores daquelas paragens¹, caracterizáveis por serem altos, exuberantemente louros e consistentemente toscos no tratamento da bola.
Eskilsson era ainda mais tosco – se possível – que os demais: chegado com reputação de avançado marcador, andou a saltitar de clube em clube a cada época que passava, acabando a fase portuguesa da sua carreira como defesa central (questão da altura!) no Estoril-Praia então treinado por Fernando Santos – e mesmo assim, utilizado em 4 jogos... Foi instrutivo. Estamos na época das transferências e, como é tradição, cada vez que os jornais de futebol anunciam destas novas contratações com nomes que nunca antes ouvimos, como se fosse falta nossa não fazermos a mínima ideia de quem estão a falar, façam como eu: tranquilizem-se e lembrem-se do Eskilsson, a quinta garra do leão. Nem merecíamos ter ouvido falar dele...
¹ Strömberg, Manniche, Magnusson ou Jonas Thern.

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