08 fevereiro 2015

A VIOLA QUE REGRESSOU UM BAIXO

O Didi tinha uma viola... ou melhor, o pai do Didi tinha uma viola clássica que o Didi resolveu certo dia levar para o Colégio Militar. Ora, mau grado os esforços porfiados dos Cariocas - o original e o padre Miguel - na educação musical e a existência até de vários nomes ilustres de ex-alunos associados à música, a execução nunca foi um forte das virtudes musicais dos membros do batalhão colegial. No formato coral, havia pergaminhos a preservar, com umA Portuguesa cantada a quatro vozes nas cerimónias oficiais mas, como executantes, os exemplos eram escassíssimos. Assim, se algum colega do Didi lhe pedia a viola era para exibir o seu virtuosismo arranhando (numa maioria das vezes de uma forma verdadeiramente patética...) o famoso riff de Smoke on the water dos Deep Purple, uma proeza apreciada mas que se aprende em menos de cinco minutos (abaixo).

Mesmo assim, os émulos de Ritchie Blackmore eram em número ínfimo quando comparados com os que se usavam da viola mas sem tocar uma nota sequer. Aí porém, na mímica, não só os artistas eram muito melhores, como a referência outra: o já então falecido Jimmy Hendrix Só que a exuberância como o instrumento musical era tocado, imitando o estilo inconfundível de Hendrix (abaixo), fez a viola sofrer alguns tratamentos menos próprios, perdendo primeiro uma das cordas, depois outra (curiosamente as duas mais agudas), para grande desconsolo do Didi, antecipando os problemas que iria ter em casa. É nesse momento que registo um daqueles comentários irónicos, tão típicos do humor colegial, consolando o Didi e lembrando-o que nem tudo era mau: a viola estava fodida mas, com as quatro cordas restantes, nem tudo se perdera: se ele viera com uma viola, regressava a casa com um baixo...

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