22 novembro 2014

COMO SE ESQUECEM RECATADAMENTE AS EXPRESSÕES DE ANTI-SEMITISMO NOS PAÍSES VERDADEIRAMENTE CIVILIZADOS

Fotografia feita na Suécia pouco antes ou durante a Segunda Guerra Mundial. No cartaz afixado à porta desta livraria pode-se ler: Proibida a entrada a judeus e meios-judeus. Mesmo nesses anos difíceis a Suécia permaneceu uma verdadeira democracia (abaixo, as eleições de 1936), o proprietário exerceria a sua prerrogativa de reservar o direito de admissão no seu estabelecimento comercial (como então era corrente), mas não deixa de ser significativo como a sanção social da evoluída sociedade sueca não chegaria para o inibir de exibir assim tão ostensivamente as suas convicções – sabe-se lá se com prejuízo ou benefício da sua actividade comercial.
Embora a população judia na Suécia fosse diminuta (mesmo contando com o influxo adicional dos refugiados fugidos da Alemanha depois de 1933, o objecto do protesto do cartaz abaixo, a comunidade judaica na Suécia representaria no máximo umas 10.000 pessoas, o equivalente a cerca de 1 para 650 habitantes), o anti-semitismo mostrar-se-ia um sentimento suficientemente forte para despertar avisos como o inicial ou cartazes como o abaixo. Episódios posteriores como o resgate da comunidade judaica dinamarquesa (cerca de 8.000 pessoas) a partir do Outono de 1943 serviram para anular um comportamento que registou períodos muito mais equívocos do que aquilo que a historiografia oficial sueca gostaria de deixar transparecer.

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