26 dezembro 2013

«MERRY CHRISTMAS MR. LAWRENCE»


Já me terei aqui referido por várias vezes ao filme e suponho que o terei feito também em relação à forma como o filme termina, à imagem final de um sorriso quase infantil do sargento Hara, que fora um dos piores déspotas do campo de prisioneiros e que estava agora à beira de subir ao patíbulo, quando evoca um episódio caricato de um Natal passado, quando as...
...relações de força eram precisamente opostas. O sorriso não o inocenta mas justifica-o, um peão de brega produzido pelas circunstâncias, de um fundo não propriamente mau. E o que mais me assusta nas mensagens de Natal de Pedro Passos Coelho não é a inverosimilhança do que ele diz, como a falta de convicção quando se refere às preocupações sociais, é a sensação...
...implícita de prenúncio de desastre, de um filme de que já conhecemos o enredo, do momento em que tudo – Portugal, a Europa e Portugal na Europa – se possa subverter e mais não reste a Pedro Passos Coelho assegurar-nos das suas boas intenções e evocar-nos uma cumplicidade numa tarefa – falhada – para a qual nos arrastou sem nunca nos ter verdadeiramente liderado.

Adenda: Embora assinalando a minha discordância quanto às especulações iniciais quanto à autoria do discurso e às opiniões que se seguem quanto à necessidade de uma natureza religiosa empática com a maioria dos portugueses, subscrevo o que resta nesta opinião sobre o discurso de ontem de Pedro Passos Coelho, sobretudo a conclusão: o primeiro-ministro anda a viver num país diferente de uma apreciável maioria de portugueses

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