27 setembro 2013

OS INDEPENDENTES

Já vários comentadores se referiram, a propósito das eleições autárquicas, ao crescimento do fenómeno das candidaturas independentes. Tanto se prevê que cresçam que é importante que se anteveja como é que elas serão tratadas informativamente na próxima noite eleitoral. De facto, embora não existam candidaturas independentes a concorrer em todos os concelhos, há-as e significativas, com hipótese de vitória, a concorrer por grandes concelhos como os do Porto, Gaia, Sintra, Oeiras ou Matosinhos, e não seria surpreendente que a votação agregada de todas essas candidaturas pudesse alcançar (e mesmo superar) os 5% da votação nacional, uma votação que será certamente maior do que aquilo que o BE recolherá no Domingo, senão mesmo também superior ao que será o resultado alcançado individualmente pelo CDS, uma percentagem, recorde-se, a descontar aos resultados na casa dos 20 a 30% alcançados pelos dois grandes partidos: PSD e PS.

Com umas eleições com as características das autárquicas, sujeitas pela sua própria natureza a interpretações contraditórias sobre vitórias e derrotas, será por isso interessante seguir que processo adoptarão os órgãos de comunicação social, os políticos e os politólogos para tratar a informação da noite eleitoral. Os independentes representam um «albergue espanhol» de posições: só pelos cinco exemplos acima apontados, verifica-se que há ali candidaturas que são dissidências de direita (Porto, Gaia, Sintra), dissidências de esquerda (Matosinhos) e dissidências éticas (Oeiras). Mas estes serão os exemplos com mais notoriedade e, por isso, mais fáceis de classificar, embora mesmo assim uma candidatura como a de Paulo Vistas em Oeiras precise sempre de uma «martelada» para ficar arrumada de um dos lados do espectro. Vai ser uma manobra que vale a penas seguir com atenção.

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