03 setembro 2013

A VOLUBILIDADE DAS MULTIDÕES AFRICANAS


A pretexto da notícia da convocatória (de um milhão!) feita pelos islamitas egípcios para protestarem no Cairo e outras cidades contra o julgamento do ex-presidente Morsi, vale a pena mostrar estas breves imagens (preciosas!) de momentos de outras manifestações de uma multidão espontaneamente organizada numa outra capital africana, Lourenço Marques (1969), por ocasião da visita do então recém-empossado Marcello Caetano a África. O percurso estava ornado de muitos populares e Marcello Caetano e o governador-geral Rebello de Sousa seguiam num carro descapotável. Não são imagens que devam orgulhar o nacionalismo moçambicano, estas que mostram o acolhimento caloroso então dispensado ao chefe do governo da potência colonial, expressões que, segundo o próprio confessa, tanto o terão reconfortado para o prosseguimento da mesma política adoptada até então. Mas África guarda o segredo não só da espontaneidade como também da volubilidade das multidões que tão facilmente arregimenta: na fotografia abaixo, num outro canto do continente, numa outra capital, Acra, esta já independente, uma outra multidão celebra efusivamente (note-se o caixão) a deposição de Kwame Nkrumah (1909-1972), que fora durante os primeiros dez anos de independência considerado o pai do nacionalismo ganês (1966).

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