01 agosto 2013

QUANDO SE QUER QUE A CULPA SEJA DO PATO DONALD

Sinceramente, lendo as notícias que se publicaram na imprensa portuguesa sobre as explicações de Mariano Rajoy às acusações do antigo tesoureiro do PP, Luís Bárcenas, de que recebera durante anos uma avença por fora do partido, não se consegue concluir nada. Há uma versão onde se desmente frontalmente a acusação: Papéis de Bárcenas são uma assombrosa colecção de falsidades. Há uma segunda versão em que Rajoy se transforma de acusado em vítima: Rajoy admite ter errado ao confiar em Bárcenas E há ainda uma terceira versão, que parece inspirada nas admissões de culpa de Bill Clinton, que fumava erva sem inalar ou que tinha um conceito muito restrito de relações sexuais, em que Mariano Rajoy admite que existiam pagamentos por fora sem que isso implique, no seu caso, uma admissão de que houvesse recebimentos igualmente por fora: Mariano Rajoy admite pela primeira vez que o PP fez pagamentos extra.

Independentemente de melhores clarificações e de se ter percebido que Rajoy não sairá do cargo nem à lei da bala, estes episódios em que se quer atribuir todas as responsabilidades de um escândalo a um interveniente menor do processo (neste caso, o tesoureiro do partido) fazem-me lembrar o comentário jocoso de um general norte-americano quando em Junho de 1950 as tropas de Kim Il Sung invadiram a Coreia do Sul e se procurava avaliar então a cumplicidade da União Soviética na iniciativa, coisa de que aquele país se procurava distanciar o mais possível : Acreditar na versão de Estaline é como se o Pato Donald tivesse entrado nesta aventura sem que o Walt Disney soubesse de nada

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