05 julho 2013

O CLÁSSICO NUNCA SAI DE MODA

Para quem andar distraído e concentrado na situação política portuguesa, notifique-se que houve um golpe de estado no Egipto. Um golpe de estado dos clássicos, promovidos pelos militares, encabeçado por um general. O presidente (democraticamente eleito) foi deposto, a constituição suspensa. Registe-se que, apesar dos ratings do Egipto estarem uns furos abaixo dos de Portugal, não se notaram preocupações na comunicação social com a forma como os mercados poderiam reagir a essa crise. De substancial nesse aspecto mercantil, o golpe de estado terá servido para que a imprensa da especialidade conseguisse justificar com ele um aumento pontual do preço do barril de petróleo, apesar da produção do Egipto ser ridiculamente pequena (27º produtor e 0,8% da produção mundial) e incapaz de afectar substancialmente a formação dos preços internacionais.
 
Menos exuberantes, mas mais importantes, atente-se às reacções de alguns protagonistas ao evento. De destacar, não pela sua relevância, mas porque a reacção é também um bocadinho nossa, a de Catherine Ashton da União Europeia, autora de um excelente exemplo de um comunicado marxista (facção Groucho), naquela perspectiva que a União tem os seus indeclináveis princípios em prol da Democracia, mas também pode ter outros se a ocasião se mostrar conveniente. Mais a sério, o que preocupará os verdadeiros actores das relações internacionais é que ao longo da História recente o Mediterrâneo (abaixo) já demonstrou possuir uma grande condutividade para fenómenos do género e eles podem propagar-se à Europa…
Afinal, como em qualquer boa peça de tecido, um padrão clássico nunca sai de moda

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