23 fevereiro 2013

E NESTE CASO ABAIXO, «QUEM É QUE MAIS ORDENA»?


Talvez vendo estas imagens acima, de que se cumpre hoje o 32º aniversário (golpe de 23 de Fevereiro de 1981), alguns daqueles que mais se entusiasmaram com recentes episódios folclóricos protagonizados em assembleias democraticamente eleitas, só por causa da alteração da filiação ideológica dos folclóricos, se consiga aperceber da importância do respeito pelas regras da Democracia. 
Tende-se a esquecer como a Democracia, a verdadeira, não se esgota com o exercício livre das escolhas no acto eleitoral. Ela prolonga-se depois com o primado da Lei no exercício do poder por quem foram os vencedores. Foi, por exemplo, o que não aconteceu na Alemanha em 1933, ou nos países da Europa de Leste depois de 1945, quando nazis e comunistas chegaram ao poder legitimados por eleições.
Nesses países, naquelas circunstâncias, reconheço que seria legítimo contestar frontalmente o regime porque os detentores do poder não se mostravam dispostos a manter as mesmas regras que lhes haviam permitido alcançá-lo. Mas era perigoso: quem se dispusesse a contestar publicamente Hitler ou Bierut do mesmo modo como hoje se faz com Miguel Relvas arriscava-se a acontecer-lhe algo desagradável
Ora, para além de uma política financeira desastrada que está a gerar a discordância de uma esmagadora maioria da população portuguesa, é difícil argumentar que o funcionamento da nossa Democracia esteja em perigo. A não ser pelas invocações das ideologias totalitárias dos extremos do espectro, que são sempre tão lestas a arranjar pretextos para não cumprir as suas regras e vir para a rua

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