02 novembro 2011

COMO NOS PROTEGER DE EXPLOSÕES ATÓMICAS

Quando em 16 de Julho de 1945 se procedeu em Alamogordo, Novo México, ao ensaio da primeira bomba atómica (acima) havia uma explicação oficial preparada de antemão para as questões que a comunicação social pudesse fazer: fora uma detonação acidental de um paiol militar. Mas foi a localização remota do local do teste Trinity que protegeu o segredo: um jornalista mais arguto poder-se-ia perguntar que paiol poderia ter causado a explosão (avaliada no equivalente a 19 mil toneladas de TNT) que se registou…
Daí a menos de um mês, sobre Hiroxima (acima) e Nagasáqui registou-se o primeiro (e até hoje único) emprego militar de armamento nuclear. A nuvem em formato de cogumelo que resulta da detonação de um engenho de tal potência destrutiva (o lançado em Hiroxima equivalia a 12 a 16 mil toneladas de TNT) adquirira um significado específico na iconografia do Século XX. Mas é curioso quanto se constata quanto esse significado foi menorizado durante os anos iniciais do período que veio a ficar conhecido como a Guerra-Fria.
Sem o explicitar, as fotografias desse período tendiam a classificar o armamento nuclear como mais uma arma do arsenal. Os próprios militares tinham que se preparar para a circunstância de terem de operar em áreas que haviam sido objecto de bombardeamento com armamento nuclear (acima) e, a partir de 1949, depois da União Soviética ter desenvolvido por sua vez o mesmo tipo de armamento, também as autoridade civis do Ocidente se viram envolvidas nos planos de contingência para o mesmo tipo de conflito (abaixo).
Esse período de equívoco, no que concerne ao esclarecimento da opinião pública quanto aos efeitos de uma detonação nuclear, terá durado sensivelmente uma década. Por um lado as autoridades tentavam abordar o assunto de uma forma despropositadamente ligeira (é o caso do primeiro vídeo abaixo, com a tartaruga Bert que se esconde...), mas por outro começavam a tornar-se acessíveis ao grande público as imagens dos efeitos de uma explosão atómica captadas nos locais dos ensaios (...é o caso do segundo vídeo).

2 comentários:

  1. Na matéria de protecção contra explosões atómicas, nada como a ideia proposta por Indiana Jones de se esconder dentro de um frigorífico.

    Apesar de ficcional, esta ideia completamente lunática deve ser tão efectiva como aqueles abrigos nucleares para toda a família.

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  2. Na cena do Indiana Jones o que me parece melhor não é a forma como este conseguiu a protecção - à «pala» do chumbo que reveste o frigorífico - é a forma como ele sai indemne - com o chapéu um pouco amarrotado... - lá de dentro depois de ter servido de projectil humano

    veja-se aqui: http://www.youtube.com/watch?v=sVD9ex6fDIg

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