13 junho 2011

O «CERCO» AO GRANDE CAPITAL

A fotografia e a música abaixo são praticamente contemporâneas, do apogeu do PREC. Na primeira, o grande capital, representado pela logotipo da IBM, aparece simbolicamente cercado pelos cartazes do PCP, MDP/CDE e FSP que apelam ao voto para as eleições para a Assembleia Constituinte de 25 de Abril de 1975. A música de Sérgio Godinho tem uma letra militantemente apropriada a esse cerco.
Curiosamente, se o Grande Capital é sobejamente conhecido por gostar dos monopólios e para isso forjar concorrências que não existem, nesta fotografia parece que são afinal os comunistas a forjá-las: é que as outras duas organizações com cartazes afixados não passavam de extensões encapotadas do mesmo partido comunista. Vieram a reunir-se numa Frente Eleitoral Unitária (FEPU) pouco mais de um ano depois…

Pois é o grande capital
É o tal do gostinho especial
Gosto a limão
Gosto a cereja
Gosto a opressão
Numa bandeja.
Gosto a opressão
Numa bandeja.

O grande capital
Está vivo em Portugal
E quem não o combate
É que dele faz parte

O grande capital é fino
Ou pisa a terra ou faz o pino
Ou mostra o dente
Ou é discreto
Uma p’la frente
Outra p’lo recto
Uma p’la frente
Outra p’lo recto.

O grande capital
Está vivo em Portugal
E quem não o combate
É que dele faz parte.

Dizem que o ódio é baboseira
E que a raiva é má conselheira
Mas nós com o grande capital
Damo-nos mesmo muito mal
Damo-nos mesmo muito mal.

O grande capital
Está vivo em Portugal
E quem não o combate
É que dele faz parte,

Faz sim senhor.

O grande capital
Está vivo em Portugal
E quem não o combate
É que dele faz parte.

Pois é o grande capital
É o tal do gostinho especial
Gosto a limão
Gosto a cereja
Gosto a opressão
Numa bandeja.
Gosto a opressão
Numa bandeja.

O grande capital
Está vivo em Portugal
E quem não o combate
É que dele faz parte,

Faz sim senhor,
Faz sim senhor.
Hum, hum.
E é evidente, pois claro.

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