18 maio 2010

SÓ AS MÁS NOTÍCIAS É QUE SÃO BOAS NOTÍCIAS?

Uma das raras unanimidades entre a comunidade dos economistas é a constatação que, com a adesão ao Euro, se perdeu a capacidade de intervir na fixação do câmbio da nossa moeda, que foi um dos instrumentos de política cambial tantas vezes utilizados no passado para reagir a situações críticas como a actual. Quanto então se desvalorizava o escudo de forma súbita e administrativa, pretendia-se aumentar a competitividade dos nossos sectores exportadores e de serviços (como o turismo) embora as importações se tornassem mais caras e tendessem a diminuir – no conjunto, tratava-se de um tratamento de choque destinado a forçar o equilíbrio das nossas contas externas. Ora foi esse tratamento que deixou saudades nalguns sectores de economistas, mas que agora deixou de ser possível.
Porém, se a crise financeira que está a envolver o Euro é uma ameaça séria, uma das consequências associadas a ela tem sido a desvalorização da moeda continental que também é a nossa, o que vem precisamente em consonância com a tal desvalorização (à Medina Carreira) que se havia tornado impossível… Pelo contrário, a China, o maior país exportador mundial, já manifestou a sua preocupação com os impactos que esta desvalorização do Euro poderá vir a ter na sua economia… Mas o que me intriga em tudo isto não são os aspectos económicos e financeiros da questão, mas os seus aspectos noticiosos: porque é que aquela informação tem que ser noticiada em Portugal numa perspectiva que não é a nossa e/ou realçando apenas os seus aspectos negativos?...

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