31 maio 2010

QUEM É QUE SE QUERIA ENCONTRAR COM QUEM

No fim, as dúvidas sobre quem se queria encontrar com quem no encontro entre Chico Buarque e José Sócrates acabaram por ficar esclarecidas. À portuguesa. Ou seja, a culpa acaba solteira, que as responsabilidades, conforme se pode ler na explicação do jornal, vão recair nessa entidade abstracta e colectiva que se chama o gabinete do primeiro-ministro. É pena. Porque agora sou eu que gostaria de conhecer o assessor que congeminou aquela inacreditável história de Chico Buarque querer conhecer José Sócrates. Apenas para lhe dar um carolos na cabeça e sondar a dimensão do vazio interior…
Mas evidentemente que, depois do alvo potencial da notícia ter deixado de ser o próprio primeiro-ministro, o interesse dito jornalístico do episódio desapareceu por completo. Porque na vida do jornalismo político é um suicídio hostilizar quem lhes enche as manjedouras. E quem lhes enche as manjedouras são aquele conjunto de assessores que gravitam à volta dos políticos, designados colectivamente por gabinete. Que, não por acaso, são, numa maioria dos casos, eles próprios jornalistas. Amanhã muda o governo e os papéis trocam-se. É isso que torna improvável que se venha a saber o nome do rapaz da cabeça oca

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