27 janeiro 2010

SOBRE OS ESCÂNDALOS SEXUAIS DOS ANOS SESSENTA

Ao contrário do que se possa pensar, o Caso Ballet Rose português, que se tornou ainda mais conhecido depois de adaptado para uma série de televisão (acima), não é o Caso Ballet Rose original... O caso português data de 1967, mas já em 1959 um escândalo de contornos idênticos e o mesmo nome rebentara em França, envolvendo como figura mais destacada o presidente da Assembleia Nacional francesa de então, André Le Troquer de 75 anos. Como é costume nestes casos, havia outros implicados entre a alta sociedade parisiense e a idade das pupilas variava entre os 12 e os 18 anos (abaixo).
Em 1963, um outro escândalo sexual rebentou, mas no Reino Unido, envolvendo o ministro da Defesa, John Profumo, e uma call-girl então com 21 anos chamada Christine Keeler. O escândalo veio a receber o nome do ministro (Caso Profumo), mas a fotografia que o passou a simbolizar é uma (hoje famosa) de Christine (abaixo). Nessa época, anterior à globalização, havia conceitos que eram inerentes a uma cultura e que as outras desconheciam. Neste Caso Profumo a qualificação de Christine Keeler como call-girl era de tradução difícil. Na Wikipédia em português designam-na como corista
Em contrapartida, a expressão ballets rose não possuía uma tradução directa para o inglês. No artigo da Time da época sobre o escândalo em França (1960) a expressão nem sequer é usada, sendo substituída pelo título de The Little Cats (As Gatinhas)… Que se tivesse vindo a adoptar entre nós, sem quaisquer hesitações, a designação francesa no original para o caso que envolveu, entre outras figuras, a do ministro da Economia de então, José Correia de Oliveira (abaixo), é significativo da dependência que as nossas elites nacionais tinham naquele tempo da cultura que chegava de França…

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