17 julho 2009

OLHA O LOBO!

A afirmação acima é a de um título de um artigo do Diário de Notícias da semana passada a respeito da Gripe A. Assim como se comenta de forma crítica que a tarefa nobre de um advogado é a de respeitar a letra da lei, abstraindo-se do seu espírito, a tarefa nobre de um jornalista neste caso parece ser a de ser escrupulosamente económico com a verdade, escolhendo a faceta dela que faça vender mais papel.

Os assustadores mais de 500 mortos à escala mundial merecem ser comparados com aquelas estatísticas loucas de origem norte-americana, que estabelecem que só nos Estados Unidos (pois claro!) morrem por ano e em média, 1500 pessoas por causa de acidentes com armas de fogo, mais de 350 por causa de catástrofes naturais (cheias, tornados e furacões) e há mesmo 100 que perecem sufocadas por esferográficas

Ou então, podemos tentar ser mais sérios e informativos, e lembrar, por exemplo, que casos registados não corresponde necessariamente a pessoas que estejam actualmente doentes – na verdade, com uma apreciável percentagem deles, senão mesmo a maioria, é isso mesmo que acontece: apanharam a doença, trataram-se e passou-lhes. Como muito bem se explica neste poste, é o que parece acontecer em 99,6% dos casos…

Ou ainda, podemos procurar ser rigorosos e pesquisar quais teriam sido os efeitos das outras pandemias semelhantes do passado, como é o caso da Gripe Espanhola de 1918, para concluir que, com uma taxa de mortalidade estimada entre os 6 a 8% e tendo causado na altura entre 20 a 40 milhões de mortos em todo o Mundo, teria mandado o bom senso que, por mais do que uma boa razão, se tivesse moderado as parangonas da notícia…

1 comentário:

  1. Quinhentos mortos?!
    Allo, Allo! Monsieur Alphonse. Vous pouvez profiter de l'occasion...

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