15 abril 2009

O QUE OBAMA DIZ E O QUE DIZEM DE OBAMA

A complicadíssima máquina comunicacional que rodeia Barack Obama – e que tem rodeado qualquer dos últimos presidentes norte-americanos... – parece ter-se desgarrado da realidade no seu próprio deslumbramento com a nova figura presidencial, transformando o homem num depósito infinito de virtudes e qualidades (abaixo). O recente episódio em que o quiseram transformar num herói a propósito de um incidente menor associado à libertação de um capitão de um navio mercante que fora aprisionado pelos piratas somalis, acabou por desabar num ridículo em detrimento da sua própria imagem.
Por outro lado, há indícios que mesmo a sua equipa próxima é capaz de estar a perder o controlo da situação. Isso comprova-se na dificuldade em fazer passar a sua mensagem sobre a recuperação económica, que parece estar a ser sistematicamente desvirtuada pela tal máquina comunicacional. Como ele próprio ontem vincou num discurso (abaixo), as medidas que estão a ser adoptadas pela Administração destinam-se apenas a amenizar o impacto da recessão provocada pelo necessário reajustamento da economia norte-americana, depois dos anos consecutivos de espalhafato da Administração Bush.
Como já há muito se dizia, a economia norte-americana não pode permanecer eternamente deficitária. Enquanto isso, a máquina permanece auto-centrada no seu próprio dinamismo noticioso interpretando variados sinais erráticos como se cada um deles, isolado, pudesse ter um significado económico importante... Ao contrário do que aconteceu com o presidente Herbert Hoover por ocasião da Crise de 1929, desta vez não é o presidente que está a tentar convencer os norte-americanos que a prosperidade está ali ao virar da esquina (*), quem o está a tentar fazer é a maquina comunicacional que o cerca…
Especialista em distorcer aquilo que é importante e substantivo, como será o caso da questão económica, na tal máquina também se terão especializado em adoçar tudo o que é superficial que se situe à volta da presidência e a que pudessem deitar a mão. Um exemplo dessa atitude é o cão da família (acima). Outro é a atenção dada à esposa de Obama, Michelle, para quem, por muitos elogios que lhe façam, ainda não se conseguiu descobrir uma máquina fotográfica milagrosa que a transforme… Porque há que reconhecer aquilo que é óbvio (abaixo): Carla Bruni é uma mulher bonita e graciosa; Michelle Obama não é…
(*) Prosperity is just around the corner, frase proferida em Março de 1930 e muito citada depois disso.

1 comentário:

  1. As máquinas comunicacionais conseguem tudo menos o milagre da "beleza" de Michele, que, se virmos bem, até está à altura (para cima) de Sarkozy e nem é tão feia como dizem.

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