27 abril 2009

AINDA A RESPEITO DO 25 DE ABRIL – 1

Já há 35 anos, qualquer acontecimento, para ser importante em termos informativos, tinha que ter imagens. E então se esse acontecimento fosse um Golpe Militar num país ocidental e da NATO mais essas imagens – boas imagens! – eram prementes. Contudo, a passividade de dois dos ramos das Forças Armadas (a Armada e a Força Aérea) durante a maior parte do Golpe (abaixo, uma fragata no Tejo junto ao Terreiro do Paço) fizeram com que as melhores fotografias com gadgets do 25 de Abril viessem a ser as com blindados.
Terá sido assim por causa do seu equipamento mecanizado que as unidades e os militares da Arma de Cavalaria acabaram por adquirir uma visibilidade desproporcionada em relação ao conjunto dos acontecimentos que tiveram lugar a 25 de Abril(*), factor que tanto se aplica para a boa imagem, protagonizada pela actuação da coluna da Escola Prática de Cavalaria, como para a má imagem, fazendo dos esquadrões do Regimento de Cavalaria 7 os últimos pretorianos que pareceram dispostos a defender o regime que então se desmoronava.
Agora observe-se a fotografia abaixo, tirada pouco antes do meio-dia na Avenida Ribeira das Naus, com dois carros de combate M-47 de Cavalaria 7 ao fundo e com o Capitão Salgueiro Maia (no centro do quinteto mais próximo) conferenciando com o oficial comandante da força atacante, o Tenente-Coronel Ferrand de Almeida (à direita). E observe-se como, dos quatro oficiais de Cavalaria fardados, Maia foi o único deles que não partiu para fazer uma Revolução, nem para defender um Regime, calçando as anacrónicas botas de montar com esporins
(*) Não havia nenhum oficial de Cavalaria no PC da Pontinha, por exemplo.

As fotografias acima são de Alfredo Cunha.

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