08 outubro 2008

ENTRE CONVICÇÕES E CONSTATAÇÕES

Parece que Teresa de Sousa (acima) se prepara para aprender the hard way como a Europa sobre que tanto gosta de escrever afinal parece não existir nos momentos difíceis. Num artigo hoje publicado no Público e intitulado Por favor, portem-se à altura, a jornalista assume uma inusitada posição crítica a respeito de Angela Merkel pela maneira como os alemães se comportaram durante a Reunião de Paris do passado fim-de-semana: …da parte de Berlim não tem vindo desta vez a habitual liderança europeia.

Deve estar a ser uma valente surpresa para quem parecia acreditar piamente que existiam interesses europeus e protagonistas políticos que defendiam essa perspectiva continental. Parece que chegamos a um daqueles momentos cruciais, e cada país trata é de si, e Teresa de Sousa, como portuguesa, crente, mas inteligente, não cometerá o erro de esperar que seja o nosso presidente da comissão, Durão Barroso a implementar soluções pan-europeias… Devem ser dias difíceis para ela, dividida entre convicções e constatações…

Nesta crise parece haver mais quem esteja a sofrer ideologicamente, para além dos neo-liberais...

5 comentários:

  1. Essa do Cherne pretender presidir a uma célula composta por três Trutas daquele gabarito, só não me faz rir porque a crise é mesmo séria.
    O Durão não se enxerga e a Teresa parece que ainda não percebeu o que não é a Europa.

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  2. Tenho para mim, ceptico mas não asseptico, que a Europa não é! (fazendo uso duma expressão de jrd); que a União Europeia apenas cumpre a função de organizar o "centralismo democrático" dirigido pelos países ricos e descartado, quando a estes convém, sob a forma de "liberdade de voto" dos "países de base". Mas talvez sejam ideias e expressões demasiado condicionadas pela minha militância nas hostes do inimigo.

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  3. Se bem o interpretei, JRD, o Cherne é o Cherne e as Trutas são Merkel, Sarkozy e Brown. Ora eles foram quatro...

    Estou curioso em saber a que peixe fará corresponder Berlusconi...

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  4. Gosto sempre das suas evocações António Marques Pinto, mas creio que está provado que o "centralismo democrático" verdadeiramente "científico" não funciona com troikas ou tetrarquias no topo.

    Recorda-se que foi a troika composta por Malenkov, Molotov e Beria que se sucedeu à morte de Estaline (1953)? E que foi a tetrarquia Malenkov, Bulganine, Molotov e Khrushchev, que se lhe seguiu, depois da execução de Beria?

    Mas aposto que ainda se recorda de Andropov e de Chernenko, os dois sucessores de Brejnev...

    Mais a sério, para funcionar como tal, a Europa, como a URSS, precisa de um líder único. A Teresa de Sousa acha que tem de ser o líder alemão. Eu acho que, a ser um líder alemão e neste quadro institucional, é melhor que não haja nenhum…

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  5. Tem razão.Esqueci-me desse, não incluo na classe dos peixes mas, sem o tirar da água, prefiro chamar-lhe Caimão.

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