01 setembro 2008

McCAIN & PALIN

É-me simpática a atitude do candidato presidencial republicano John McCain ao ter escolhido como sua parceira de candidatura a Governadora do Alaska, Sarah Palin. Convém que diga antecipadamente que estou convencido que a escolha de McCain não lhe irá evitar a derrota nas eleições de Novembro mas, ao escolher uma mulher que se parece classificar ideologicamente na área conservadora tradicional dos Estados Unidos profundos e oriunda de um dos mais pequenos (em população) e mais periféricos estados da União, a sua decisão merece-me respeito.
O que não consegue deixar de me surpreender é a destreza das máquinas de comunicação de cada um dos dois blocos políticos. O tema sobre Palin em que ambas se fixaram foram os cinco filhos da candidata, o mais novo dos quais tem meses e que nasceu com síndrome de Down (mongolóide). Do lado republicano assistimos àquilo que eu considero uma daquelas patetices de tentar fazer passar por uma enorme virtude o que afinal não passa da assunção coerente das próprias convicções: opondo-se ao aborto, a governadora escolheu ter a criança, mesmo sabendo-a deficiente…
Ou será que a coerência passou a ser nos dias que correm um atributo fabuloso e raro?... Mas, para que a máquina dos republicanos não se envergonhe dos disparates que anda a promover, a dos democratas lançou agora uma elaboradíssima teoria da conspiração, alegando que o filho mais novo deficiente de Sarah Palin afinal não é seu filho, mas sim seu neto, filho da sua filha adolescente mais velha… Para sustentar a teoria, anda a reunir um conjunto de provas, com vídeos no You Tube e tudo, num enredo que se arrisca vir a acabar com um muito mau aspecto para os democratas…

Claro que esta presunção assenta na confiança que entre os profissionais do lado republicano não se tivesse deixado o flanco assim tão exposto…

Adenda de 1 de Setembro: Afinal, ficou-se a saber que a filha de Sarah Palin não esteve grávida, mas está grávida. Continua a ser uma daquelas excelentes fofocas, mas parece-me não ter qualquer significado político, uma vez que não envolve directamente a candidata.

2 comentários:

  1. É verdade, um candidato presidencial não pensará morrer em breve. Também John Mc Caine não . Contudo vista a idade dele, não me parece uma ideia boa para tomar como vice-presidente uma pessoa sem qualquer inexperiência ou influência na vida política de Washington. É uma coisa elogiosa que ela opõe se a aborto mas, ao mesmo tempo anuncia com orgulho que o filho faz serviço militar em Iraque. Serviço militar porque, por matar o inimigo e proteger os valores cristãos.
    No entanto não abraço a sua convicção que ele perderá as eleições de Novembro. Não esquece, os americanos têm eleito por duas vezes uma criatura como o Bush júnior.Cumprimentos de Antuérpia

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  2. A História dos Estados Unidos ainda só tem 230 anos mas já começa a ter episódios relevantes para várias ocasiões, Alfacinha.

    Houve uma época (1976) em que o eleitorado elegeu Jimmy Carter precisamente por não ter nada a ver com a vida política em Washington.

    Houve uma época em que se escolhia o vice presidente de uma forma "científica" e o resultado foi o inqualificável Dan Quayle, eleito conjuntamente com o George Bush Sr.

    No caso da Sarah Palin, mesmo discordando-se do que ela defende em quase tudo, "sinto" uma decisão personalizada de McCain e do seu círculo próximo e isso, para mim, tem valor.

    Aliás, com esta história da gravidez da filha, não tardarão a começar as acusações de ingenuidade a McCain.

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