25 junho 2008

A ENTREVISTA

Ontem tive oportunidade de assistir a uma acesa discussão em directo na televisão (TVI) a que antecipadamente tinham atribuído o nome pomposo de entrevista. Como participantes estavam lá duas pessoas que pareciam já saber tudo o que havia para saber sobre os problemas da agricultura em Portugal e que, por isso, bem podiam ter aparecido no programa separadamente para que, com mais calma, eu conseguisse perceber o que cada um pensava sobre aquele complexo assunto.
Dos dois participantes, percebia-se muito melhor o que Constança Cunha e Sá achava de tudo aquilo do que aquilo que seria a opinião de Jaime Silva, o Ministro da Agricultura, que passou o tempo a fazer de totó e a tentar encaixar as suas opiniões nos 10 segundos que Constança lhe concedia, antes de o interromper e partir para outra. Confesso que já empreguei argumentos tão irracionais - as cores dos calções, por exemplo... - para escolher por quem torceria num combate de boxe como a opção que acabei por fazer naquela discussão...
Nem tudo estará bem na agricultura portuguesa e é obvio que o Ministro ia para ali para vender o seu peixe. Quem convida um Ministro para estas coisas já sabe ao que ele vai… Mesmo assim, ele era o menos convencido dos dois... Agora uma jornalista, como Constança Cunha e Sá, que quer fazer entrevistas com o detalhe técnico com que ontem o tentou fazer, tem de se saber preparar e não apenas decorar a matéria com cuspo e substituir por assertividade e petulância aquilo que era obviamente ignorância para rebater em substância as respostas de Jaime Silva…
No fim ficou a impressão de uma tremenda discussão, daquelas que, se fosse connosco e travada a uma mesa de café provocaria azia em relação à pessoa com quem estivemos a discutir. Onde quem não gostava do Ministro também não passou a gostar e onde quem não gostava da Constança Cunha e Sá – é o meu caso – também não passou a gostar, com a enorme diferença que, enquanto não houve oportunidade de se apreciar politicamente o desempenho de Jaime Silva, houve uma bela oportunidade de apreciar profissionalmente a jornalista…

2 comentários:

  1. Foi pena não ter visto!
    Precisava de algo assim para poder mandar uns insultos de forma inócua, embora dirigida a um alvo, que é o que me tem apetecido fazer.

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  2. Na horta de Queluz as nabiças estão mesmo a pedir sopa.

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