08 abril 2008

A ESTÁTUA

Sou um adepto de que a prática política tem de se adaptar às realidades e às regras de jogo que estão disponíveis em cada regime. Em Portugal, felizmente, o regime é tão transparente que ninguém ousa avançar com a teoria cabalística de que terá sido o líder do governo a manipular a selecção do seu rival para o principal partido da oposição… No Zimbabué, pelo contrário, os acontecimentos recentes já demonstraram como é impossível que, pelas regras tradicionais da democracia eleitoral, possa haver rotatividade nos partidos que ocupam o poder.
Na Madeira, creio que ainda se está numa fase anterior à do Zimbabué, quando se acredita que aquele problema nunca se virá a colocar, pois o PSD-M (como a ZANU-PF zimbabueana) é um daqueles partidos intrinsecamente ganhadores e, como Abraracourcix antes dele, que apenas tinha medo que o céu lhe caísse em cima da cabeça, o Homem no Poder daquela ilha apenas receia que o ultrapassem nos domínios das graçolas pesadas… E, na pessoa de Baltasar Aguiar (abaixo), um deputado regional do PND, parece que tem agora um rival de qualidade…
É que entre os votos congratulatórios pelos 30 anos de cargo surgidos na Assembleia Regional, apareceu uma proposta deste último para uma estátua em bronze ou outro metal nobre, com cerca de 50 metros de altura, que represente o amado líder da Madeira Nova, Dr. Alberto João Jardim, a lembrar a de Kim Il Sung (mais acima). Depois de Teixeira dos Santos que lhe dá tampa aos cravanços de dinheiro, de Vicente Jorge Silva, que o manda organizar referendos quando ele ameaça com separatismos, esta é mais uma das vezes que adivinho Jardim a enfiar a viola no saco

1 comentário:

  1. Talvez. Mas não por muito tempo, qualquer dia, aí (lá) o teremos no alto do pedestal, a tocar à desgarrada com a turba afinada e amestrada.

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