06 abril 2008

BOTSWANA

O Botswana é um país da África Austral, com as dimensões da França (582.000 Km²), mas desértico, onde apenas habitam 1,8 milhões de habitantes, o que, mesmo assim, é cerca do triplo do que acontecia há 40 anos atrás, quando a colónia (que então se chamava Bechuanalândia) se tornou independente do Reino Unido (30 de Setembro de 1966).
Era uma daquelas colónias africanas que não tem saída para o mar e que eram consideradas tão marginais que acontecia a bizarria rara* da sua capital colonial se situar no estrangeiro – Mafeking na vizinha África do Sul. Só com a aproximação da independência se veio a criar uma verdadeira cidade capital – Gaborone (hoje com 200.000 habitantes).
O Botswana independente viveu uma longa época (1966-94) de um comportamento internacional esquizofrénico, alinhando-se politicamente com o conjunto de países que proclamavam opor-se ao apartheid sul-africano (os Estados da Linha da Frente**), mas permanecendo na quase completa dependência económica dessa mesma África do Sul.
Mas uma imagem de marca do que se consideravam ser as tendências pró-ocidentais do Botswana era a pessoa do seu primeiro presidente (1966-80) Sir Seretse Khama e a publicidade dada ao facto dele ser casado com uma europeia (acima), o que afinal era uma verdadeira trivialidade... Acontecia o mesmo com Amílcar Cabral, Agostinho Neto ou Eduardo Mondlane…
Por falar em trivialidades, o Botswana tem uma certa projecção internacional por causa de personagens de ficção como Mma Ramotswe, a mais conhecida mulher detective africana, saída da imaginação do escocês Alexander McCall Smith, ou Xixo, o bosquímano determinado a devolver a garrafa vazia de Coca Cola no popular filme Os Deuses devem estar loucos

Mais a sério, o Botswana, que regista um estatuto económico bastante elevado para os padrões africanos e tem sido apontado como um exemplo por causa disso, tem a sua economia muito dependente da indústria mineira, sobretudo a dos diamantes (abaixo). A De Beers, multinacional que controla mundialmente esse sector, tem uma grande influência no país.
De certa forma, dada a sua grande extensão e fraca população, o Botswana é uma espécie de Emirato árabe no Sul da África, só que em vez de petróleo tem diamantes. Também ali, o Estado tornou-se um dos grandes empregadores nacionais e, entre os seus serviços, destacam-se as suas Forças Armadas (9.000 efectivos), denominadas Forças de Defesa do Botswana.
Pois foi um dos seus comandantes, o Tenente-General Ian Khama (acima) que, não por acaso, é filho de Sir Seretse***, o primeiro Presidente do país, que assumiu recentemente (desde o principio deste mês) o cargo que fora de seu pai, em substituição ao Presidente Festus Mogae. O contraste não podia deixar de ser maior com aquilo que se está a passar no vizinho Zimbabué
Há contudo quem aponte um problema ao novo Presidente: é solteiro, o que é capaz de levantar imensos problemas aos serviços protocolares do seu país por ocasião das visitas de Estado que venha a fazer e a receber. Contudo olhando para as beldades do seu país (acima), não se adivinham problemas para que Ian Khama copie o seu colega francês Nicolas Sarkozy

* Acontecia com o Botswana, com o Malawi ou com a Mauritânia (francesa).
** Angola, Botswana, Moçambique Tanzânia e Zâmbia.
*** É a criança do lado esquerdo da terceira fotografia.

1 comentário:

  1. Este insere-se no grupo dos "aristocratas", não lhe deve ser dificil arranjar uma Carla...

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