02 março 2008

O MILÍMETRO E O QUILÓMETRO

O que eu digo sobre a liderança actual do PSD não é surpresa para ninguém e, como não sou candidato a nenhum lugar, não tenho a tentação de medir as minhas palavras nem ao metro, quanto mais ao milímetro.

É com estas palavras desassombradas que José Pacheco Pereira inicia o seu artigo sobre a situação actual do PSD, no Público de Sábado passado, onde menciona todos (bem, todos não, quase todos…) os que ele considera que são ou poderão vir a ser importantes no PSD: Luís Filipe Menezes, Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Paula Teixeira da Cruz, Morais Sarmento, Aguiar Branco, António Capucho, Ângelo Correia… Só me ficou a dúvida sobre quem é (são) o(s) protagonista(s) deste enigmático parágrafo:

Mas há outras responsabilidades. Há no PSD quem seja candidato à liderança, ou pense que o possa ser, que tem a pior das ideias sobre a situação do partido e a sua liderança, e que mesmo assim ande enredado em palavras mansas e institucionais e prudentes e... hipócritas. Quando ouço dizer que Menezes deve cumprir o seu mandato, ou que é preciso dar tempo a esta liderança para mostrar o que vale, por parte de pessoas que não têm nenhuma dúvida sobre o que ele vale, e que no fundo só estão à espera que ele perca as eleições, assunto sobre o qual não têm também a mais pequena dúvida, eu tendo a pensar que elas são parte do problema e não da solução. Menezes é também filho desses cálculos.
Eu suponho que José Pacheco Pereira se esteja a referir (pelo menos) a Rui Rio, mas a configuração redonda da redacção e a extensão quilométrica do parágrafo não são de molde a mostrar o tal autor desassombrado, que não teve a tentação de medir de forma milimétrica as suas palavras. Nem que o tivesse feito para identificar a quem se referia. Ou, para utilizar uma expressão do próprio autor no mesmo artigo, mas noutro contexto, e agora refiro-me à sua ribombante tirada inicial, acho isto (aquilo) uma treta, se me permitem usar um plebeísmo.

Sabe quem costuma ler regularmente este blogue, que sou um leitor atento das análises e opiniões de José Pacheco Pereira, mas aqui a plebe costuma ser ainda um pouco mais grosseira…

2 comentários:

  1. É verdade sim senhor. E como mero elemento da plebe, utilizadora portanto de vocábulos mais grosseiros, menos medidos, e não querendo partir para o mero insulto gratuito, não comento (também não saberia que dizer). Contudo, se quiseres passa lá pelo meu cantinho e ficarás a saber o que penso deste teu blogue que muitas vezes não comento mas já não dispenso.

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