08 dezembro 2007

À PROCURA DE UM PORTA-AVIÕES EM FALTA

A Índia tem uma posição estratégica determinante no Oceano Índico - note-se no mapa acima como ela pode dominar as rotas que transportam o petróleo do Médio para o Extremo Oriente (a China e o Japão). Já demonstrou a determinação de se fazer valer dessa posição vantajosa, tornando-se na Marinha de Guerra mais poderosa do seu Oceano. Para isso, é indispensável que disponha de um poder aeronaval significativo. A dotação da Marinha de Guerra indiana prevê a existência de dois porta-aviões. E, como os porta-aviões sempre foram unidades caras, os indianos têm recorrido ao expediente das potências de segundo nível, adquirindo porta-aviões de ocasião às de primeiro nível.
Tradicionalmente, o fornecedor à Índia do material naval era a antiga potência colonial, o Reino Unido. Contudo, nos finais da década de 90, numa tentativa de diversificar as suas fontes de material de guerra que haviam sido, tradicionalmente, durante a Guerra-Fria, os soviéticos e os britânicos (mas nunca norte-americanos, que eram os fornecedores do seu rival Paquistão), a Índia deixou-se arrastar para um negócio de um porta-aviões novinho em folha de concepção francesa (usando propulsão tradicional mas baseando-se na concepção do seu novo porta-aviões nuclear Charles de Gaulle). Mas o negócio veio a revelar-se um enorme fiasco: o de Gaulle (acima) mostrou estar cheio de problemas.
Compreensivelmente, a Índia desistiu de investir na versão convencional de um desenho que parece ter nascido mal parido. Já com uma das unidades (Vikrant) posta completamente fora de serviço (1997), houve que improvisar uma nova solução (2004), esta agora através dos tradicionais fornecedores soviéticos (agora russos): passava por uma extensa reconversão (acima) de um Cruzador Anti-Submarino (o PKR Almirante Gorshkov). No entanto, parece que o orçamento para a reconversão já foi totalmente ultrapassado e o cronograma para a realizar completamente ultrapassado – previsto para 2008, os trabalhos já só terminarão em 2010...
Ora 2012 é o ano estimado para o fim da vida útil do único porta-aviões operacional, o Viraat. Prevê-se que a sua substituição se faça através de um navio novo, mas concebido pelos indianos e construído nos seus estaleiros. E se, como com o de Gaulle, algo corre mal? É por isso que - rompendo com a tradição de nunca comprar qualquer material militar aos Estados Unidos - apareceu recentemente na Índia a ideia de comprar o último porta-aviões de propulsão clássica ao serviço da marinha norte-americana, o Kitty Hawk (acima), que está projectado para vir a ser retirado do serviço em 2008. A ideia parece ser genialmente simples, mas é negócio muito mais difícil de concretizar do que parece…

1 comentário:

  1. por acaso sabes se eles vendem porta aviões a uma empresa privada???

    ResponderEliminar