24 dezembro 2007

A AFICION E O VINHO

A associação mais famosa entre touros e vinho será o logótipo da marca espanhola Osborne. Há também os vinhos Sangre de Toro catalães, da casa Torres. E, no entanto, surpreendi-me outro dia a fazer uma terceira associação, pela estrutura semelhante como cada vez mais se redigem as críticas aos vinhos, cheias de neologismos e de termos herméticos como as da Festa Brava, como se ambas se destinassem à casta exclusiva a que o iniciado terá que pertencer.

Assim, comparemos esta crítica tauromáquica (retirada daqui),
No segundo toiro do grupo foi escolhido o forcado da cara Franciso Baltazar, não esteve bem a reunir com o toiro, mas conseguiu recuperar e fechou-se á barbela concretizando a pega ao primeiro intento. á assinalar que este toiro apresentava-se mais sério que o primeiro, porque apresentou-se com murrilho, de cara alta e era curto de cornos. Era necessário que o forcado se fechasse á barbela. Esta pega foi mais emotiva que a primeira devido ao toiro na pega ter mudado de trajectória, provocando assim uma maior concentração e rapidez nas ajudas para a pega ser concluída com sucesso. Penso também que o forcado da cara no cite podia alegrar mais a investida ao toiro. O primeira ajuda foi o João Rodrigues e o rabejador Tiago Ribeiro.

com os comentários desta prova (retirados daqui),
A pureza e sensualidade da fruta alentejana estão dentro do copo, vincadas pela personalidade da ameixa. As especiarias surgem por detrás deixando rasto a baunilha e noz-moscada, de agradável perfil, tudo avivado por uma frescura notável, equilibrada. Na boca mostra raça, estrutura, equilíbrio respeitável para quem tem 14º de corpo. Termina longo, fresco, vivo, com persistência de sabores a madeira, fruta e especiarias. Os taninos polidos, domesticados, cooperam com a acidez dando profundidade ao corpo no final de boca. Um conjunto imediato, apetecível, muito alentejano nos sabores.

Fica-nos a sensação que, com este mimetismo de atitudes, não tardará o dia em que alguém, mais ousado, rematará a sua apreciação sobre um determinado vinho com a interjeição … e Olé! Há-de ser engraçado… e é disparatado.

3 comentários:

  1. Temos que convir que existem vinhos que merecem uma orelha, outros duas e, alguns, também o troféu máximo!!!
    Todavia prefiro vê-los sair da arena no estômago do que em ombros mas, como em tudo, são gostos discutíveis.

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  2. É o que faz porem o Gabriel Alves a comentar touradas depois de atestar com pomadas alentejanas...

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  3. Pode ser também um equivalente vitivinícola e taurino das "trivelas"...

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