13 setembro 2007

A AVIAÇÃO MILITAR EUROPEIA

Entalados entre os dois colossos militares durante a Guerra-Fria, os construtores aeronáuticos militares dos países da Europa Ocidental tentaram responder aos seus rivais norte-americanos, predominantes nas selecções no âmbito da NATO, associando-se entre si em empresas multinacionais, para o desenvolvimento de projectos que fossem multi-funcionais, em contraste com os aparelhos especializados, produzidos do outro lado do Atlântico e do outro lado da cortina de ferro.
Um dos melhores exemplos desses projectos duplamente mistos (na nacionalidade e na funcionalidade) foi o SEPECAT Jaguar (acima), uma parceria anglo-francesa para um avião de ataque ao solo com capacidade supersónica, mas que também fosse um bom avião de instrução, a que se adicionava a capacidade para a descolagem em curtas distâncias (STOL*) e em pistas improvisadas. O Jaguar, não sendo excelente em nenhuma dessas funções, era bom nelas todas.
Outro excelente exemplo é o do Panavia Tornado (acima), em que a parceria começou com alemães, holandeses, belgas, italianos e canadianos e acabou por envolver apenas alemães, britânicos e italianos e onde as especificações incluíam também a capacidade STOL* (comum na época, na eventualidade dos soviéticos inutilizarem as pistas convencionais em caso de conflito…), e bons desempenhos como caça-bombardeiro e, simultaneamente, como interceptor.
A geração seguinte de aviões multifuncionais europeus, cuja fase preliminar ainda data da década de oitenta e dos cenários da Guerra-Fria, envolveu quase todos os construtores aeronáuticos da Europa ocidental, mesmo os suecos, tradicionalmente ciosos dos seus projectos independentes. O Eurofighter Typhoon (acima), que entrou finalmente ao serviço em 2003, depois de um percurso cheio de vicissitudes, é um projecto que agrega alemães, britânicos, italianos e espanhóis.
Para trás ficara um doloroso divórcio com os franceses, em que estes acabaram por criar um aparelho distinto, o Dassault Rafale (acima, muito semelhante ao Eurofighter) que entrou em serviço em 2000, porque as suas necessidades obrigavam a que, entre outras características, houvesse uma versão naval que pudesse equipar os novos porta-aviões nucleares da sua marinha de guerra… Mesmo contrariado, o charme tecnológico da Europa ocidental parece ser mesmo esse: soluções concorrentes…

Quem foram os responsáveis pelos dois melhores sistemas de transmissão de televisão a cores, o PAL e o Secam**?...

* Short take-off and landing: descolagem e aterragem curtas.
** A Alemanha e a França, respectivamente…

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