02 maio 2007

SAPATEIROS A TOCAR RABECÃO

Como mais um despojo do eterno campo de batalha existente entre engenheiros, que se preocupam com a funcionalidade das coisas, e arquitectos, que se preocupam com a sua beleza permitam-me apresentar esta bizarra máquina voadora de concepção alemã, que teve o seu voo de estreia em 1938. As especificações da Luftwaffe foram para um avião de reconhecimento em que os observadores dispusessem de grande liberdade de observação e a construtora apostou então nesta concepção arrojadamente assimétrica, capaz de arrebatar o Prémio Valmor da aviação, estivesse ele instituído.
A construtora, a Blohm und Voss (daí a designação técnica do aparelho: BV-141), era uma das maiores construtoras navais alemãs que se havia expandido, durante os anos trinta, para a construção de hidroaviões e depois, para a aeronáutica em geral. Sem grande realce. Este avião esteticamente arrojado, por exemplo, foi um fiasco tanto aeronáutico como militar. Mas a Blohm und Voss continuou activa e próspera na actividade que a viu nascer: foi nos seus estaleiros que, por exemplo, foram construídas as três fragatas MEKO que equipam desde 1989 a Armada portuguesa.

2 comentários:

  1. Digamos que a "Blohm und Voss" já tinha antecedentes!
    Tinham construído hidroaviões: o "Bv-138C-1", de reconhecimento, e o monstruoso "Bv-222C", de 6 motores!
    Daí a construir fragatas, quando a produção de aviões falha... é só um passo: tirar as asas!

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  2. Suponho que terá sido ao contrário, impaciente: foi a Blohm und Voss que construiu - entre outros - o couraçado Bismarck.

    Depois construiram umas coisas mais pequenitas e puseram-lhes asas...

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