01 outubro 2006

TEMPO DE BALANÇO - 2

Numa mini-série de televisão que por cá passou há cerca de uns 25 anos (Washington: Behind Closed Doors), grandemente inspirada na desagregação verificada no tempo da administração Nixon, havia uma cena que me marcou, onde um assessor presidencial chamado Hank Ferris (o actor Nicholas Pryor) era fortemente criticado por estar a desempenhar mal as suas funções, ao que retorquiu:

- Eu estou a fazer o melhor que posso!
- É isso mesmo que me preocupa, Hank. É precisamente isso que me deixa mais preocupado…

Tudo o que li a respeito da entrevista que Souto Moura deu ao semanário Sol – menos a entrevista propriamente dita, porque o referido semanário não me fez mudar de opinião quanto à dispensabilidade dos mesmos… - aponta para uma atitude fortemente indulgente e desculpabilizante na forma como analisa todo o seu desempenho à frente da Procuradoria-geral.

Falho de o poder criticar de uma outra forma, evoco aqui aquela cena porque ela representa na perfeição o espírito do comentário que julgo que Souto Moura deveria receber no seguimento da sua entrevista em que, por assim dizer, nos anuncia que fez o melhor que pôde:

- Não chegou, Dr. Souto Moura. Visivelmente não chegou e é por isso que já se devia ter demitido há muito tempo…

1 comentário:

  1. Estou em acordo total com o teor do "post"!
    Creio que foi uma questão de vergonha ou, para ser mais preciso, de falta da dita!!!

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