13 setembro 2006

UMA ESCALA DE MOHS PARA AS RELIGIÕES – I

A Escala de Mohs original aplica-se à geologia e à dureza dos minerais. Concebida por um geólogo austríaco que lhe deu o nome é composta por 10 minerais, ordenados por uma dureza progressiva, com a característica de cada um riscar o que os antecedem e ser riscado pelos que lhe sucedem.

Por ordem, os minerais que dela constam são o talco, o gesso, a calcite, a fluorite, a apatite, ortoclase, o quartzo, o topázio, o corindo e o diamante. Trata-se de uma escala simplesmente ordinal, não existindo qualquer relação matemática entre as suas durezas.

Criada nos princípios do século XIX, a escala peca talvez pela falta de rigor da sua antiguidade. Com o rigor actual, pode atribuir-se o valor de 1 à dureza do primeiro elemento da escala (o talco), e calcular-se então as durezas dos elementos seguintes, que seriam de 2, 9, 21, 48, 72, 100, 200, 400 e 1500.

Apesar disso, olhando para toda a História Universal e aproveitando a ideia original de Mohs – que mineral risca outro – e, aplicando-a às ciências sociais, pode estabelecer-se uma outra escala, a da dureza das grandes religiões universais actuais – hinduísmo, judaísmo, taoísmo, budismo, cristianismo, islamismo.

Poderá ser interessante analisar os vários episódios históricos em que diferentes religiões colidiram e, mantendo a metáfora, verificar quem riscou quem, ou seja, qual e em que condições é que uma das confissões se sobrepôs a outra na forma como as populações se relacionam com o divino.
(continua)

2 comentários:

  1. Fico com apetitosa curiosidade à espera da tua proposta de escalonamento das religiões.

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