12 maio 2006

O SECRETÁRIO-GERAL

Devo confessar que não foi com grande entusiasmo que soube da notícia da nomeação de Jorge Sampaio como enviado da ONU na luta contra a tuberculose. Honestamente, o meu pensamento foi, ainda bem para ele, mas espero que nos poupem ao discurso da honra que o gesto representa para Portugal, que foi tão usado pelo próprio Sampaio por altura da nomeação de Guterres.

Aliás, a nacionalidade de qualquer funcionário da ONU é qualquer coisa de indispensável à sua pessoa, a começar na pessoa do seu secretário-geral, Kofi Annam, de que todos sabemos a nacionalidade na ponta da língua, não é? Como é que um ganês há-de esquecer que, quem trata dos assuntos dos refugiados e da tuberculose na ONU, são portugueses?

O que, confesso, me intriga são os critérios que estão por detrás das duas escolhas de Annam. Dado a pouca consideração em que são tidos, tanto um, como outro, na sua terra natal, estou a pensar em três hipóteses que justifiquem esta contradição entre o secretário-geral da ONU e uma parcela substancial dos portugueses:

a) A severidade do julgamento da opinião pública portuguesa
b) A simplicidade exigida para o desempenho dos cargos superiores da ONU
c) Critérios muito benignos na selecção de pessoal por parte da ONU
d) A combinação de duas ou mais das hipóteses anteriores

E assim, completamente à portuguesa, feito o diagnóstico, mas passando para outrem a decisão e a inerente responsabilidade, termino este post, não sem antes meter uma cunha: não se podia arranjar nada na UNESCO para o Santana Lopes? É que ele anda tão precisado…

2 comentários:

  1. No pelouro da Música Clássica, por exemplo, ou como "saltitão"...

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  2. Talvez como adjunto de Guterres na vertente refugiadas em casas de alterne...

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