16 dezembro 2005

OS NOSSOS PRIMOS DO LÁCIO

Já Luís de Camões, nos seus Lusíadas, deu o devido realce às nossas relações de proximidade com Roma e com os latinos, os habitantes do Lácio. A moda de Viriato, o pastor que resistiu aos romanos apareceu posteriormente e com Sertório que, romano mais líder dos lusitanos foi, ainda mais tarde, classificado como o sucessor de Viriato, chegou-se enfim a um compromisso ideológico entre a resistência aos invasores e a acção civilizadora que eles entre nós impuseram.

É compreensível que os italianos nos pareçam por vezes mais chegados do que outras culturas que nos estão mais próximas geograficamente (como a castelhana ou a catalã), dada a ausência da proximidade, que muitas vezes é geradora, só por si, das rivalidades de vizinhança.

Deve ser algo parecido com isso que nos ocorre quando tomamos conhecimento com a história do Governador do Banco de Itália, Antonio Fazio, que tem estado a ser fortemente pressionado para se demitir, depois de se ter confirmado a sua intervenção, à margem da lei, no favorecimento da parte italiana em negócios de aquisições de empresas bancárias.

Mau grado os repetidos apelos para que Fazio se demita, alertando-o para que, com o seu autismo está a desprestigiar ainda mais a instituição a que preside, há meses que se mantém impávido no seu lugar, multiplicando-se os episódios de uma campanha de imprensa que os desacredita cada vez mais.

Qualquer semelhança com outro dirigente, noutros episódios, noutra instituição, noutro país, deverá ter sido apenas uma mera coincidência…

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