21 novembro 2005

ORDENS SÃO ORDENS

Esta pequena cena em que Bush foi apanhado a tentar sair por uma porta errada, que estava trancada, não teria sido mais do que uma pequena gaffe da parte de alguém que as deve fazer com frequência, perseguido por uma imprensa que as adora apanhar*, não fosse a possibilidade de interpretar aquela cena de uma forma simbólica – foi como estivesse à procura de evadir-se das questões à forma de encontrar uma saída para o atoleiro do Iraque.
Depois do Secretário Rumsfeld já conseguir dizer, numa entrevista, que a sua opinião não tinha sido tido em conta para a decisão de atacar o Iraque - uma maneira rebuscada de lavar e secar as mãos de secador eléctrico, ainda não disponível na época de Pilatos – ou, entre nós, depois de Cavaco ter relembrado que se tinha pronunciado contra a intervenção americana – malandros dos jornalistas que nunca estão atentos – é possível antecipar que este dossier Iraque está pronto para embrulho e arquivo com causa julgada.

Já nem será surpreendente se, como no regime nazi e salvaguardadas as devidas proporções, no futuro se vier a saber que, naquele enorme exército de funcionários que constitui a Administração Bush, afinal havia uma esmagadora maioria que tinham uma opinião contrária à intervenção iraquiana, estavam apenas a cumprir ordens…

Vae Victis! (Ai dos vencidos!)

* Depois de ter visto a mesma cena em filme posso arriscar que o instantâneo capta o momento em que Bush faz a melhor cara de parvo de todo o incidente.

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